Quando compões o cabelo
Com tua mão distraída
Fazes-me sempre um novelo
No pensamento da vida.
...
Tenho uma pena que escreve
Aquilo que eu sempre sinta.
Se é mentira, escreve leve.
Se é verdade, não tem tinta.
...
Esse xaile que arranjaste,
Com que pareces mais alta
Dá ao teu corpo esse brio
Que à minha coragem falta.
Fernando Pessoa, in Quadras ao gosto popular (Ática, 1965).
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