terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Caricias con huellas


Susana March, caricias com pegadas.

Quando estiver morta e meu ignorado túmulo
        for pisoteado por mil gerações
        e apenas de meu nome reste um apagado traço
        na laje fria que me cobre.

        Quando se houver perdido mesmo a memória
        da beleza doce da minha raça
        e as meninas que amem ignorem
        que antes do que elas amava eu...

        Quando já nada exista
        que evoque o meu fantasma
        que cante a média voz meus versos... Diz-me,
        continuarás me amando tu? oh, perfeito,
        oh, amante, sem possível morte, vivo
        até ao fim de toda a criação?
        Por onde vaguearei eu em meu profundo
        vazio involuntário? Deverei encontrar-te?

        O que será de meu ser se hei-de perder-te
        como o mar, como o sol, como os pássaros?

           Susana March (1918-1991)

mudado para português: aj c.























Susana March, caricias con huellas.

    " Cuando esté muerta y mi ignorada tumba
       pisoteada sea por mil generaciones
       y apenas de mi nombre quede un borroso trazo
       sobre la fría losa que me cubra.

       Cuando haya perdido hasta el recuerdo
       de la dulce belleza de mi raza
       y las jóvenes que amen ignoren
       que antes que ellas amé...

       Cuando ya nadie exista
       que evoque mi fantasma,
       que cante a media voz mis versos... Dime,
       ¿ Me seguirás amando tú, oh, perfecto,
       oh, amante, sin posible muerte, vivo
       hasta el fin de todo lo creado ?
       Por donde he de vagar yo en mi profundo
       vacío involuntario, ¿ habré de hallarte ?

       ¿ Qué será de mi ser si he de perderte
       como al mar, como al sol, como a los pájaros ?

          Susana March ( 1918-1991 )

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