quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Epígrafe para a arte de furtar

«Roubam-me Deus
outros o Diabo
- quem cantarei?

roubam-me a Pátria;
e a Humanidade
outros ma roubam
- quem cantarei?

sempre há quem roube
quem eu deseje;
e de mim mesmo
todos me roubam
- quem cantarei?

roubam-me a voz
quando me calo,
ou o silêncio
mesmo se falo
- aqui del rei!»

“Poesia II“, Jorge de Sena (Ed. 70)


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