segunda-feira, 2 de dezembro de 2013


Eu quero oir teu silencio

Como na erva jovem ou à flor da água
quero ouvir teu silêncio, menina.

Um silêncio constelado de sorrisos,
onde os teus olhos sejam dois barcos ancorados.

Eu, único, marinheiro.

Uma funda alegria nas velas brancas, suaves,
- palavras que guardam ainda o ar da flor do linho -
esperando a manhã
em que eu deixe o cais e cego me embarque
capitão dos olhos veleiros.


Aquilino Iglesia Alvariño (1909-1961).

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