segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O TEU CORPO
Atentas as mãos cobrem os lugares trocam os sítios e perdem os sinais
Desassossegam o coração e mais: despertam os silêncios que se entregam
Encontro ou desencontro? Não interessa
Veneno a contragosto já intacto Os corpos se revoltos nunca negam de si o seu prazer, o seu palato
Retrato à beira-boca do teu pénis se eu canto as virilhas e o olfacto
De ti o cotovelo alto o joelho em baixo, que sossega
Esquecer-te é impossível e por isso volto a visitar-te a nuca que se nega
A vertigem descendo em tuas costas as ancas estreitas que escorregam
Depois provo de ti o vinho solto salto de baixo para tomar o alto
Aperto-te nos braços e um mar revolto perde-se em nós, num súbito cansaço
Maria Teresa Horta

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