O TEU CORPO
Atentas as mãos
cobrem os lugares
trocam os sítios e perdem os sinais
Desassossegam o coração
e mais:
despertam os silêncios que se entregam
Encontro ou desencontro?
Não interessa
Veneno a contragosto já intacto
Os corpos se revoltos nunca negam
de si o seu prazer, o seu palato
Retrato à beira-boca
do teu pénis
se eu canto as virilhas e o olfacto
De ti
o cotovelo alto
o joelho em baixo, que sossega
Esquecer-te é impossível
e por isso volto
a visitar-te a nuca que se nega
A vertigem
descendo em tuas costas
as ancas estreitas que escorregam
Depois provo de ti
o vinho solto
salto de baixo para tomar o alto
Aperto-te nos braços
e um mar revolto
perde-se em nós, num súbito cansaço
Maria Teresa Horta
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