sábado, 7 de setembro de 2013

da intimidade de Deus

Eu gostaria de contribuir para a discussão da filosofia da Ayn Rand que o Joaquim tem vindo a produzir neste blogue. A filosofia da Ayn Rand é largamente elaborada por referência ao Kant.
 
Para o Kant o homem nunca pode chegar à Verdade. Apenas pode chegar a manifestações da Verdade. E a estas chega lá pela razão.

 Para a Ayn Rand, o homem pode chegar à Verdade. E a esta chega lá pela razão.

A irritação da Ayn Rand com o Kant reside aqui, na impotência que este vê no homem para chegar à Verdade. Para a Rand, o homem é suficientemente potente para chegar à Verdade.

A interpretação religiosa destas duas posições é a seguinte. Para o Kant, o homem nunca pode chegar a Deus (pela razão), apenas pode conhecer manifestações exteriores de Deus. Kant mantém-se um homem religioso pela fé, mas uma fé desligada da razão. Para Rand, o homem pode chegar a Deus, na realidade, confundem-se, o homem é Deus e Deus é o homem. Daí o seu ateísmo.

Existe uma terceira posição, que eu considero ser a certa. O homem pode chegar à Verdade. E fá-lo pelo amor (coração) e pela razão, sendo o amor mais importante que a razão. (Amor é aqui interpretado no seu sentido mais vasto desde “gostar de”, “ter simpatia por”, até às formas mais extremas de amor, como o amor maternal).

Amar é a condição sine qua non para se chegar à Verdade. E a razão está subordinada ao amor. Não existe racionalidade  sem amor. Do ponto de vista religioso, o homem  faz parte da intimidade de Deus.

Pedro Arroja

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