terça-feira, 3 de junho de 2014
quarta-feira, 28 de maio de 2014
Ó Pai do Sol e dos arcos-íris da eternidade
Tu que dás a Luz ao que está nas trevas,
e por entre tempestades nos alcanças em Paz,
Tu que nos dás a beber do cálice da Verdade,
por Ti nos fazes seguir até ao que o coração nos dita,
Ó Pai do Sol e do brilho da Lua
ao cair da noite fixa uma estrela de esperança para nos guiar,
Dirige na cidade inquieta os nossos passos para o Bem,
Ó Pai do Sol e dos mistérios da existência,
Ó silencioso Senhor do Tempo e da lei única do Amor,
Desce dos altos céus com o manto de Alegria vestido
Une a nossa morada num jardim aberto de Liberdade.
e assim eu só viva do que purifica para louvar-TE.
Vitória de Pirro
Vitória pírrica
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Vitória pírrica ou vitória de Pirro é uma expressão utilizada para expressar uma vitória obtida a alto preço, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis.1
A expressão recebeu o nome do rei Pirro do Épiro, cujo exército havia sofrido perdas irreparáveis após derrotar osromanos na Batalha de Heracleia, em 280 a.C., e na Batalha de Ásculo, em 279 a.C., durante a Guerra Pírrica. Após a segunda batalha, Plutarco apresenta um relato feito por Dioniso de Halicarnasso:
Os exércitos se separaram; e, diz-se, Pirro teria respondido a um indivíduo que lhe demonstrou alegria pela vitória que "uma outra vitória como esta o arruinaria completamente". Pois ele havia perdido uma parte enorme das forças que trouxera consigo, e quase todos os seus amigos íntimos e principais comandantes; não havia outros homens para formar novos recrutas, e encontrou seus aliados na Itália recuando. Por outro lado, como que numa fonte constantemente fluindo para fora da cidade, o acampamento romano era preenchido rápida e abundantemente por novos recrutas, todos sem deixar sua coragem ser abatida pela perda que sofreram, mas sim extraindo de sua própria ira nova força e resolução para seguir adiante com a guerra.2 |
Esta expressão não se utiliza apenas em contexto militar, mas também está, por analogia, ligada a atividades como economia, política, justiça,literatura e desporto para descrever luta similar, prejudicial ao vencedor.
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Kiesza – Hideaway Lyrics
Taking me higher than I’ve ever been before
I’m holding it back, just wanna shout out “give me more”
You’re just a hideaway, you’re just a feeling
You let my heart escape, beyond the meaning
Not even I can find a way to stop the storm
Oh, baby, it’s out of my control what’s going on
But you’re just a chance I take to keep on dreaming
You’re just another day that keeps me breathing
Baby, I love the way that there’s nothing sure
Baby, don’t stop me, hide away with me some more!
You’re sending a shiver up my spine, might overflow
You’re bringing me closer to the edge of letting go
You’re just a hideaway, you’re just a feeling
You let my heart escape, beyond the meaning
Pulling my head into the clouds. I’m floating home
When you get me going I can’t find a way to stop
You’re just a chance I take to keep on dreaming
You’re just another day that keeps me breathing
Baby, I love the way that there’s nothing sure
Baby, don’t stop me, hide away with me some more
[Lyrics to Hideaway by Kiesza]
Taking me higher than I’ve ever been before
I’m holding it back, just wanna shout out “give me more”
You’re just a hideaway, you’re just a feeling
You let my heart escape, beyond the meaning
Not even I can find a way to stop the storm
Oh, baby, it’s out of my control what’s going on
But you’re just a chance I take to keep on dreaming
You’re just another day that keeps me breathing
Baby, I love the way that there’s nothing sure
Baby, don’t stop me, hide away with me some more!
You’re sending a shiver up my spine, might overflow
You’re bringing me closer to the edge of letting go
You’re just a hideaway, you’re just a feeling
You let my heart escape, beyond the meaning
Pulling my head into the clouds. I’m floating home
When you get me going I can’t find a way to stop
You’re just a chance I take to keep on dreaming
You’re just another day that keeps me breathing
Baby, I love the way that there’s nothing sure
Baby, don’t stop me, hide away with me some more
[Lyrics to Hideaway by Kiesza]
domingo, 4 de maio de 2014
Who would true Valour see
Who would true Valour see
Let him come hither;
One here will Constant be,
Come Wind, come Weather.
There's no Discouragement,
Shall make him once Relent,
His first avow'd Intent,
To be a Pilgrim.
Who so beset him round,
With dismal Storys,
Do but themselves Confound;
His Strength the more is.
No Lyon can him fright,
He'l with a Gyant Fight,
But he will have a right,
To be a Pilgrim.
Hobgoblin, nor foul Fiend,
Can daunt his Spirit:
He knows, he at the end,
Shall Life Inherit.
Then Fancies fly away,
He'l fear not what men say,
He'l labour Night and Day,
To be a Pilgrim.
Let him come hither;
One here will Constant be,
Come Wind, come Weather.
There's no Discouragement,
Shall make him once Relent,
His first avow'd Intent,
To be a Pilgrim.
Who so beset him round,
With dismal Storys,
Do but themselves Confound;
His Strength the more is.
No Lyon can him fright,
He'l with a Gyant Fight,
But he will have a right,
To be a Pilgrim.
Hobgoblin, nor foul Fiend,
Can daunt his Spirit:
He knows, he at the end,
Shall Life Inherit.
Then Fancies fly away,
He'l fear not what men say,
He'l labour Night and Day,
To be a Pilgrim.
John Bunyan
A Máquina do Mundo
E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco
se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas
lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,
a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.
Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável
pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar
toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos.
Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera
e nem desejaria recobrá-los,
se em vão e para sempre repetimos
os mesmos sem roteiro tristes périplos,
convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas,
assim me disse, embora voz alguma
ou sopro ou eco ou simples percussão
atestasse que alguém, sobre a montanha,
a outro alguém, noturno e miserável,
em colóquio se estava dirigindo:
"O que procuraste em ti ou fora de
teu ser restrito e nunca se mostrou,
mesmo afetando dar-se ou se rendendo,
e a cada instante mais se retraindo,
olha, repara, ausculta: essa riqueza
sobrante a toda pérola, essa ciência
sublime e formidável, mas hermética,
essa total explicação da vida,
esse nexo primeiro e singular,
que nem concebes mais, pois tão esquivo
se revelou ante a pesquisa ardente
em que te consumiste... vê, contempla,
abre teu peito para agasalhá-lo.”
As mais soberbas pontes e edifícios,
o que nas oficinas se elabora,
o que pensado foi e logo atinge
distância superior ao pensamento,
os recursos da terra dominados,
e as paixões e os impulsos e os tormentos
e tudo que define o ser terrestre
ou se prolonga até nos animais
e chega às plantas para se embeber
no sono rancoroso dos minérios,
dá volta ao mundo e torna a se engolfar,
na estranha ordem geométrica de tudo,
e o absurdo original e seus enigmas,
suas verdades altas mais que todos
monumentos erguidos à verdade:
e a memória dos deuses, e o solene
sentimento de morte, que floresce
no caule da existência mais gloriosa,
tudo se apresentou nesse relance
e me chamou para seu reino augusto,
afinal submetido à vista humana.
Mas, como eu relutasse em responder
a tal apelo assim maravilhoso,
pois a fé se abrandara, e mesmo o anseio,
a esperança mais mínima — esse anelo
de ver desvanecida a treva espessa
que entre os raios do sol inda se filtra;
como defuntas crenças convocadas
presto e fremente não se produzissem
a de novo tingir a neutra face
que vou pelos caminhos demonstrando,
e como se outro ser, não mais aquele
habitante de mim há tantos anos,
passasse a comandar minha vontade
que, já de si volúvel, se cerrava
semelhante a essas flores reticentes
em si mesmas abertas e fechadas;
como se um dom tardio já não fora
apetecível, antes despiciendo,
baixei os olhos, incurioso, lasso,
desdenhando colher a coisa oferta
que se abria gratuita a meu engenho.
A treva mais estrita já pousara
sobre a estrada de Minas, pedregosa,
e a máquina do mundo, repelida,
se foi miudamente recompondo,
enquanto eu, avaliando o que perdera,
seguia vagaroso, de mãos pensas.
Carlos Drummond de Andrade (ed. 1985)
Também Carlos Cadilha e Mário Aroso de Almeida defendem que, mesmo a entender-se que o decurso do prazo previsto no 101º do CPTA impede o interessado de impugnar o acto nulo em sede de contencioso pré-contratual, a impugnação deste acto pode ser efectivada, sem dependência de prazo, através da acção administrativa especial[4],i.e., não se pretende atribuir ao interessado a faculdade de deduzir a impugnação contenciosa num prazo mais longo, em detrimento do regime especial do artigo 101º do CPTA, mas antes possibilitar uma reacção jurisdicional que permite assegurar a tutela do regime substantivo da nulidade, tendo em conta que o acto é em si inapto para produzir efeitos jurídicos.
http://catsub72013.blogspot.pt/2013/12/o-prazo-de-um-mes-para-impugnar-um-acto.html
quinta-feira, 1 de maio de 2014
«Imaginemos o que teria sido o país nestes últimos 40 anos, sem o desenvolvimento e o aprofundamento dos sistemas e das funções sociais do Estado. Viveríamos ainda hoje num país subdesenvolvido. Não teríamos com toda a certeza atingido os níveis de desenvolvimento humano que colocam Portugal entre os países mais ricos e detentores de níveis elevados de bem-estar social.
As progressões extraordinárias verificadas no aumento da esperança média de vida, na diminuição drástica da taxa de mortalidade infantil, no incremento da taxa de escolarização, são exemplos bem representativos do avanço civilizacional que o país conheceu nestas últimas quatro décadas.
A construção do Estado social e a decorrente universalização dos sistemas de proteção atenuaram drasticamente a exposição dos indivíduos a um conjunto de riscos sociais e ambientais. Neste sentido, o Estado social tornou-se um elemento insubstituível na organização da vida em comunidade dos indivíduos.
(...) Os portugueses sabem quanto perderiam sem o Estado social para todos, ou mesmo se ficassem limitados a um Estado social de amparo. Sabem sobretudo porque conhecem bem as maneiras como a população em geral dele beneficiou nas últimas décadas. E sabem também que pouca democracia lhes sobrará se não lhes valer este Estado social. A continuidade do Estado social implica a própria continuidade do regime de Portugal.»
Depois de «A Crise, a Troika e as Alternativas Urgentes», o Congresso Democrático das Alternativas publica o livro «Estado Social: De todos para todos», igualmente editado pela Tinta da China e cuja génese remonta à Conferência «Vencer a Crise com o Estado Social e com a Democracia», organizada pelo CDA e que se realizou em Maio do ano passado no Fórum Lisboa, tendo contado com a participação de mais de meio milhar de pessoas inscritas, além de organizações políticas, sociais e sindicais. Lançamento a 30 de Abril.
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2014/04/de-todos-para-todos_19.html
As progressões extraordinárias verificadas no aumento da esperança média de vida, na diminuição drástica da taxa de mortalidade infantil, no incremento da taxa de escolarização, são exemplos bem representativos do avanço civilizacional que o país conheceu nestas últimas quatro décadas.
A construção do Estado social e a decorrente universalização dos sistemas de proteção atenuaram drasticamente a exposição dos indivíduos a um conjunto de riscos sociais e ambientais. Neste sentido, o Estado social tornou-se um elemento insubstituível na organização da vida em comunidade dos indivíduos.
(...) Os portugueses sabem quanto perderiam sem o Estado social para todos, ou mesmo se ficassem limitados a um Estado social de amparo. Sabem sobretudo porque conhecem bem as maneiras como a população em geral dele beneficiou nas últimas décadas. E sabem também que pouca democracia lhes sobrará se não lhes valer este Estado social. A continuidade do Estado social implica a própria continuidade do regime de Portugal.»
Depois de «A Crise, a Troika e as Alternativas Urgentes», o Congresso Democrático das Alternativas publica o livro «Estado Social: De todos para todos», igualmente editado pela Tinta da China e cuja génese remonta à Conferência «Vencer a Crise com o Estado Social e com a Democracia», organizada pelo CDA e que se realizou em Maio do ano passado no Fórum Lisboa, tendo contado com a participação de mais de meio milhar de pessoas inscritas, além de organizações políticas, sociais e sindicais. Lançamento a 30 de Abril.
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2014/04/de-todos-para-todos_19.html
Viemos com o peso do passado e da semente
esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
Vivemos tantos anos a falar pela calada
só se pode querer tudo quanto não se teve nada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
Só há liberdade a sério quando houver
a paz o pão
habitação
saúde educação
só há liberdade a sério quando houver
liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir.
Sérgio Godinho
(Canções de Sérgio Godinho)
Soneto do Amor e da Morte
quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz o nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.
Vasco Graça Moura, in Antologia dos Sessenta Anos
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz o nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.
Vasco Graça Moura, in Antologia dos Sessenta Anos
Simple Twist of Fate
They sat together in the park
As the evening sky grew dark
She looked at him and he felt a spark tingle to his bones
’Twas then he felt alone and wished that he’d gone straight
And watched out for a simple twist of fate
They walked along by the old canal
A little confused, I remember well
And stopped into a strange hotel with a neon burnin’ bright
He felt the heat of the night hit him like a freight train
Moving with a simple twist of fate
A saxophone someplace far off played
As she was walkin’ by the arcade
As the light bust through a beat-up shade where he was wakin’ up,
She dropped a coin into the cup of a blind man at the gate
And forgot about a simple twist of fate
He woke up, the room was bare
He didn’t see her anywhere
He told himself he didn’t care, pushed the window open wide
Felt an emptiness inside to which he just could not relate
Brought on by a simple twist of fate
He hears the ticking of the clocks
And walks along with a parrot that talks
Hunts her down by the waterfront docks where the sailors all come in
Maybe she’ll pick him out again, how long must he wait
Once more for a simple twist of fate
People tell me it’s a sin
To know and feel too much within
I still believe she was my twin, but I lost the ring
She was born in spring, but I was born too late
Blame it on a simple twist of fate
Blame it on a simple twist of fate
quarta-feira, 30 de abril de 2014
“A arte de tirar dinheiro dos bolsos dos outros sem usar violência.”
(Max Amsterdam)
*
Numa pequena ilha, Tenos ou Andros, não me lembro,
perdido no tempo, junto a um limoeiro já sem frutos,
um velho aedo, olhos parados, cantava ainda
histórias de deuses, suas quezílias, feitos de heróis.
Se detinha contando de Éris uma velha lenda,
e tudo confundia ao recordar os factos ocorridos.
Parava um pouco, às vezes, para tornar à lengalenga,
a mesma, nomes diversos, misturando reis, heróis,
tantas coisas seus olhos cansados tinham visto já.
Na colina suave, o velho aedo, junto ao limoeiro,
recortava-se bizarramente contra o céu azul.
Do sul, de África, vinha um vento suave, adormecente,
e o sol caía, indiferente, para os lados da Pérsia.
Sem ninguém a ouvi-lo, desanimado, o velho
pensava nos que viriam depois contar o mesmo.
António de Almeida Mattos, in Água Clara - Poetas em Vila Viçosa (Lisboa, 1987)
perdido no tempo, junto a um limoeiro já sem frutos,
um velho aedo, olhos parados, cantava ainda
histórias de deuses, suas quezílias, feitos de heróis.
Se detinha contando de Éris uma velha lenda,
e tudo confundia ao recordar os factos ocorridos.
Parava um pouco, às vezes, para tornar à lengalenga,
a mesma, nomes diversos, misturando reis, heróis,
tantas coisas seus olhos cansados tinham visto já.
Na colina suave, o velho aedo, junto ao limoeiro,
recortava-se bizarramente contra o céu azul.
Do sul, de África, vinha um vento suave, adormecente,
e o sol caía, indiferente, para os lados da Pérsia.
Sem ninguém a ouvi-lo, desanimado, o velho
pensava nos que viriam depois contar o mesmo.
António de Almeida Mattos, in Água Clara - Poetas em Vila Viçosa (Lisboa, 1987)
*
"A arte é um resumo da natureza feito pela imaginação."~ Eça de Queirós
terça-feira, 29 de abril de 2014
Quiero como él, vivir y contemplar,
quiero como él vivir sin miedo al silencio que incita a pensar,
no temer a las horas que no regresarán,
dominar el tiempo sobre el que reposa,
el espacio donde descansa,
olvidar la sombra que dejo atrás y jamás preguntar qué hice mal.
Como él quiero abrigar la calma y vencer en la paz.
Su territorio nunca fue nuestro igual,
el nuestro donde la vida es un juego de peones sin rey,
tierras sin ley, traidores sin fe, mentiras de verdad,
relucientes máscaras huecas y abismos sin red.
Quiero su imperio, ese que es propio y compartido,
el que se extiende generoso y juega
donde habita su ser real, su secreto leal,
de donde jamás huye la amistad,
el imperio en paz soñado,
un territorio donde nunca temamos ser
uno más en la magia de lo que nos crece bajo la piel.
quiero como él vivir sin miedo al silencio que incita a pensar,
no temer a las horas que no regresarán,
dominar el tiempo sobre el que reposa,
el espacio donde descansa,
olvidar la sombra que dejo atrás y jamás preguntar qué hice mal.
Como él quiero abrigar la calma y vencer en la paz.
Su territorio nunca fue nuestro igual,
el nuestro donde la vida es un juego de peones sin rey,
tierras sin ley, traidores sin fe, mentiras de verdad,
relucientes máscaras huecas y abismos sin red.
Quiero su imperio, ese que es propio y compartido,
el que se extiende generoso y juega
donde habita su ser real, su secreto leal,
de donde jamás huye la amistad,
el imperio en paz soñado,
un territorio donde nunca temamos ser
uno más en la magia de lo que nos crece bajo la piel.
domingo, 27 de abril de 2014
I'm free to do what I want any old time
I'm free to do what I want any old time
So love me hold me love me hold me
I'm free to do what I want any old time
I'm free to sing my song knowing it's out of trend
I'm free to sing my song knowing it's out of trend
So love me hold hold me love me
'Cause I'm free to do any old time what I want
So love me hold hold me love me
I'm free to do any old time what I want
I'm free to choose who I see any old time
I'm free to bring who I choose any old time
Love me hold me love me hold me
I'm free to do what I want any old time
I'm free to do what I want any old time
So love me hold me love me hold me
I'm free to do what I want any old time
I'm free to sing my song knowing it's out of trend
I'm free to sing my song knowing it's out of trend
So love me hold hold me love me
'Cause I'm free to do any old time what I want
So love me hold hold me love me
I'm free to do any old time what I want
I'm free to choose who I see any old time
I'm free to bring who I choose any old time
Love me hold me love me hold me
I'm free to do what I want any old time
A gente já não sabe, até esquece o que bem dizer
Quando as palavras por demais redundam, quando
Quase todos acabamos algures, muito por dentro
Entre “Para quê dizer o que for se já ninguém ouve?"
E um lugar mal comum: “Será isto a Cidade, sede onde
Nem há dois séculos era suposto a Liberdade ocorrer
Ou mais uma filial da Solidão, mais um sítio banal
Sem nenhum além, sem nada para dar?" É só o que
A todos os cativos da atenção em monitores pergunto
"Que raio neste fátuo caminho nos espera?", creiam
Vendo nos vamos, mas indo nos fomos, bem mal fodidos
Num enorme estupor, tantos num cubo, perto da cova
Ou em 3D, todos ou quase, bom, incertos demasiados
Numa verdade comum a tantos outros, a sério, ninguém
Precisa realmente de mim, de ti, de nós ou de alguém
Além de uma espécie de fingimento, uma incerta precisão
De que o Outro é possível. Sabem que mais? Já não é!
Cristo morreu, Marx também, nem eu nem quase ninguém
Sabe bem de si, enfim, redenção cada vez mais impossível
Quase todos reclusos da nossa primeva natureza réptil
À toa entre piranhas e tubarões, esquecemos o ser gentil
A mal dizer, quase todos desistindo vamos de ser gente
segunda-feira, 21 de abril de 2014
"Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente pensaria em tudo o que digo.
Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.
Andaria quando os demais parassem. Acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e saborearia um bom sorvete de chocolate.
Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas.
Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes: “Te amo, te amo, te amo.”
Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria enamorado de amor. Aos homens, lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar pela vida.
A uma criança lhe daria asas. Mas deixaria que aprendesse a voar sozinha.
Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com vocês, homens.
Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta, com sua pequena mão, pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre.
Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro, de cima para baixo, para ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês. Ah! Se Deus me desse um pedaço de vida."
Gabriel García Márquez (1927 - 2014)
sábado, 19 de abril de 2014
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Divina Voz, divino Sopro santo,
respiro-me em teu Voo, veloz Amor.
E sinto-me pequeno de poesia.
Vezes uns uivos, longe de ser canto
vestem-me os pêlos como Manto novo,
cordas revoando. Louvo-te Senhor.
Tenho em roda ao pescoço uma coleira
de cão, de pobre cão entre o meu povo.
Nem sei dizer se esse mudado Verbo,
nem si dizer se essa gaguêz furiosa,
essa rosa de vento que é meu berro
se tornou na asfixia de Teu perro
- canto com que cantar-te, canto-chão,
nessa Tua divina ventania.
Jorge de Lima (1893-1953), poeta brasileiro
segunda-feira, 7 de abril de 2014
Breve História de Ninguém
Diz o senhor Nabokov que a literatura não nasceu quando uma criança de um vale do Neandertal chegou a gritar: Um lobo! Um lobo!, e atrás dela, as quatro patas no ar, um lobo cinzento brandia a sua língua estralejante.
Diz, melhor, que a literatura nasceu quando uma criança de um vale do Neandertal chegou a gritar: Um lobo! Um lobo!, e atrás dela não vinha ninguém.
Desde então, ninguém é um personagem eterno, um fantasma nos vales do poema.
in Os Cinco Enterros de Fernando Pessoa. É uma antologia poética de Juan Manuel Roca, um dos nomes mais importantes da poesia da Colômbia, nascido no ano de 1946
sábado, 5 de abril de 2014
Jose Gonzalez - Stay Alive
Stay Alive
There’s a rhythm in rush these daysWhere the lights don’t move and the colors don’t fade
Leaves you empty with nothing but dreams
In a world gone shallow
In a world gone lean
Sometimes there’s things a man cannot know
Gears won’t turn and the leaves won’t grow
There’s no place to run and no gasoline
Engine won’t turn
And the train won’t leave
Engines won’t turn and the train won’t leave
I will stay with you tonight
Hold you close ‘til the morning light
In the morning watch a new day rise
We’ll do whatever just to stay alive
We’ll do whatever just to stay alive
Well the way I feel is the way I write
It isn’t like the thoughts of the man who lies
There is a truth and it’s on our side
Dawn is coming
Open your eyes
Look into the sun as the new days rise
And I will wait for you tonight
You’re here forever and you’re by my side
I’ve been waiting all my life
To feel your heart as it’s keeping time
We’ll do whatever just to stay alive
Dawn is coming
Open your eyes
Dawn is coming
Open your eyes
Dawn is coming
Open your eyes
Dawn is coming
Open your eyes
Look into the sun as the new days rise
There’s a rhythm in rush these days
Where the lights don’t move and the colors don’t fade
Leaves you empty with nothing but dreams
In a world gone shallow
In a world gone lean
But there is a truth and it’s on our side
Dawn is coming open your eyes
Look into the sun as a new days rise
domingo, 23 de março de 2014
O desejo da luz produz luz.
É realmente a luz que se deseja
quando qualquer outro móbil está ausente.
Embora os esforços de atenção
fossem durante anos aparentemente estéreis,
um dia, uma luz exatamente proporcional
a esses esforços
inundará a alma.
Cada esforço acrescentará um pouco mais de ouro
a um tesouro que nada no mundo pode roubar
______________________________________________
SIMONE WEIL
É realmente a luz que se deseja
quando qualquer outro móbil está ausente.
Embora os esforços de atenção
fossem durante anos aparentemente estéreis,
um dia, uma luz exatamente proporcional
a esses esforços
inundará a alma.
Cada esforço acrescentará um pouco mais de ouro
a um tesouro que nada no mundo pode roubar
______________________________________________
SIMONE WEIL
domingo, 16 de março de 2014
quinta-feira, 13 de março de 2014
quarta-feira, 12 de março de 2014
domingo, 2 de março de 2014
Ane Brun - "These Days" (Official Video HD)
Ane Brun – These Days
There were summer days and nights
When I was blind to you
You were quiet and you were still
Even when the moon was full
My temporary state of lightness would scare me
After all, I was sureYou were most wrong then, I was daring
When I was blind to you
You were quiet and you were still
Even when the moon was full
My temporary state of lightness would scare me
After all, I was sureYou were most wrong then, I was daring
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
" Déjame ser el huésped de tu boca,
la lentitud con que el calor recorre tu desnudo.
Soy como el frío de una noche desierta,
pronto a buscar cobijo en los derrumbaderos
donde hace nido la melancolía.
Hay tanto resplandor, la luna es tanta
que me deslumbras con la calidez
de tu silencio, y me sumerjo en ti.
Nunca pensé una eternidad tan cerca "
Jenaro Talens.
Deixa-me ser o habitante de tua boca
a lentidão com que o calor percorre a tua nudez.
Sou como o frio de uma noite deserta
pronto a buscar abrigo nos despenhadeiros
aonde faz ninho a melancolia.
Há tanto brilho, a lua é tanta
que me deslumbras com o carinho
do teu silêncio, e me submerjo em ti.
Nunca pensei uma eternidade tão perto.
Trad: aj c.
la lentitud con que el calor recorre tu desnudo.
Soy como el frío de una noche desierta,
pronto a buscar cobijo en los derrumbaderos
donde hace nido la melancolía.
Hay tanto resplandor, la luna es tanta
que me deslumbras con la calidez
de tu silencio, y me sumerjo en ti.
Nunca pensé una eternidad tan cerca "
Jenaro Talens.
Deixa-me ser o habitante de tua boca
a lentidão com que o calor percorre a tua nudez.
Sou como o frio de uma noite deserta
pronto a buscar abrigo nos despenhadeiros
aonde faz ninho a melancolia.
Há tanto brilho, a lua é tanta
que me deslumbras com o carinho
do teu silêncio, e me submerjo em ti.
Nunca pensei uma eternidade tão perto.
Trad: aj c.
" Quédate fuera. Todo es pérdida.
Es un deshojamiento el devenir
En el que estás, de seres y de cosas.
Prepara en el telar de la renuncia
La urdimbre de los días que te quedan.
Retírate, no acudas
Al reparto que era violencia y odio.
Preparate, sereno,
A saber prescindir
De lo que un día estuvo
Tocado por la luz de lo sagrado
Pero que hoy es objeto de codicia.
Tantos días de gozo
Y de dolor te esperan
Que la muerte no puede
Ser sino plenitud.
Retírate. Quédate fuera.
Construye en la renuncia
el sentido del tiempo "
José Luis Puerto.
Es un deshojamiento el devenir
En el que estás, de seres y de cosas.
Prepara en el telar de la renuncia
La urdimbre de los días que te quedan.
Retírate, no acudas
Al reparto que era violencia y odio.
Preparate, sereno,
A saber prescindir
De lo que un día estuvo
Tocado por la luz de lo sagrado
Pero que hoy es objeto de codicia.
Tantos días de gozo
Y de dolor te esperan
Que la muerte no puede
Ser sino plenitud.
Retírate. Quédate fuera.
Construye en la renuncia
el sentido del tiempo "
José Luis Puerto.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Não acredito no génio, acredito, sim, na necessidade, na urgência, na ânsia de me manter por um fio entre a queda final e o precário equilíbrio das palavras. O trajecto escrito de um escritor nada tem a ver com a publicação de livros. Pode-se ser escritor, e nunca ter publicado um livro. Parece-me claro tudo isto. Os mecanismos da escrita são, de certo, mais profundos e misteriosos, para que estejam condicionados à simples publicação dum livro.
em 24.1.84, excerto de Diários, Al Berto, 2012
Perdi a caneta
de tinta eterna
no teu cabelo.
O Adamastor lá estava, no relvado,
onde mais duma vez nós conversámos
a contemplar o rio com desencanto.
A caneta perdida impedia-me de escrever
quanto te amo e odeio
como se ardesse a frio num incêndio.
A côr da friagem na minha barba hirsuta
toldada de brancura e nevoeiro:
é a velhice magra que me espreita, atenta
à caneta perdida em teu cabelo.
de tinta eterna
no teu cabelo.
O Adamastor lá estava, no relvado,
onde mais duma vez nós conversámos
a contemplar o rio com desencanto.
A caneta perdida impedia-me de escrever
quanto te amo e odeio
como se ardesse a frio num incêndio.
A côr da friagem na minha barba hirsuta
toldada de brancura e nevoeiro:
é a velhice magra que me espreita, atenta
à caneta perdida em teu cabelo.
António Barahona, Pátria Minha,
Lisboa: Averno, 2014
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