segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

"Nunca o sentido da vida é mais doce do que depois da angústia da dor; e nunca a alma humana se inclina mais para a bondade e para a fé como depois de ter pressentido o abismo da morte. O homem compreende, quando se cura, que o pensamento, o desejo, a vontade, a consciência da vida, não são vida... Ele percebe que a sua vida real é, como sempre foi,, não a que ele vive, mas sim a combinação do involuntário, do espontâneo e das sensações instintivas; é tudo aquilo que é harmonioso e misterioso na vida vegetativa; é oseu imperceptível desenvolvimento em todas as suas metamorfoses e renascimentos. E é precisamente esta vida dentro da qual existe, e nela desperta, o milagre da convalescença: ele cicatriza as feridas, remedeia as perdas, reconstrói os tecidos, renova a carne lacerada, restaura a mecânica dos orgãos (...) e retoca a chama da esperança no coração, abrindo de novo, e uma vez mais, as asas às quimeras da fantasia." *
Gabrielle d'Annunzio (1863-1938).

http://arpose.blogspot.pt/2014/01/os-sentidos-da-vida-segundo-dannunzio.html

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