há uma terra dentro das palavras,
o erro musical.
saberás que a linguagem
não começou ainda
o seu passo perdulário,
não há, no mundo, modos
de dizer o movimento e o imóvel,
o surgir repetido, e quando a água
se levanta sobre as bocas
dos animais,
esta impressão apenas digital
de nenhum sopro,
o liso, limpo silêncio, o frívolo,
o estremecer dos flancos na brancura.
António Franco Alexandre, Poemas (Assírio & Alvim)
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