Um tórrido silêncio
rodeia em flor os braços
campo de amor – as ondas
sinal de vida – os passos
os mastros são lanças
memória que atravessa
os corpos das crianças
os corpos são tão barcos
cruéis pesos que inundam
os colchões amarelos
onde os olhos se afundam
tece na areia o sangue
doirada geometria
e o sol sugou pelos dedos
a vida da baía.
A Praia, Armando Silva Carvalho
(Lírica Consumível, 1965)
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